Na data em que se comemorava os 70 anos da criação da então Academia de Belas Artes, foi inaugurada, a 5 de novembro de 1896, às 11h30, uma exposição de Antônio Parreiras num pavilhão armado no Largo da Lapa, oficialmente na época denominada Praça Isabel a Redentora. O espaço foi alugado por três meses, pelo valor de 2 contos de réis. Na mostra, dedicada ao seu falecido mestre, o alemão Georg Grimm, e que ficou aberta ao público até 27 de dezembro, Parreiras apresentou pela primeira vez a obra "Sertanejas".
A vernissage foi prestigiada pela presença do Ministro da Justiça e do Interior, Alberto Torres; pelo Prefeito Municipal do Rio de Janeiro, Francisco Furquim Werneck de Almeida; e ainda pelos artistas Angelo Agostini, Victor Meirelles, Thomas Driendl, Aurélio de Figueiredo, Henrique Bernardelli, Carlos de Lacerda, além de um numeroso público entusiasmado e atento.
Nosso mestre da paisagem ousou abrir a exposição em meio a um franco conflito com os rumos da política cultural oficial. Poucos dias antes, escreveu uma coluna publicada no jornal niteroiense 'O Fluminense', intitulada
"Pobre Arte", na qual faz severas críticas ao Congresso Nacional, pelo descaso da Casa Legislativa com os artistas nacionais, e reforçando sua oposição à direção da Escola de Belas Artes, "hoje reduzida a uma inspetoria de imigração espanhola e italiana".
No inovador catálogo da exposição, magnificamente impresso nas oficinas tipográficas Florindo, em Niterói, e que por si só constituía uma obra de arte e de enorme valor literário, se lia que, além de Parreiras, foram também expositores seus discípulos
Álvaro de Cantanheda,
Cândido de Souza Campos e
Alberto Silva, este estimado poeta, que na mostra apresentava seus trabalhos como desenhista.
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Homenagem da Revista Vida Fluminense a Antônio Parreiras, em junho de 1890
Salve! a Arte diz por fim,
da Gloria ateando os fachos...
Raras parreiras assim
dão bellos, vistosos cachos.
Crua rotina condemne-o
a Arte terá alento
guiada pelo seu Genio,
ao sopro de seu talento!
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O catálogo continha ainda belos versos de poetas como Ibrantina Cardonna, Adelina Lopes Vieira, Oscar Rosas, Aurélio de Figueiredo, Alberto Silva, Guimarães Passos, Olavo Bilac, Pereira da Silva, Valentim Magalhães, B. Lopes, e escritos de Júlia Lopes de Almeida e Coelho Netto, quase todos inspirados em quadros de Antonio Parreiras, que para ele escreveu o artigo "Arte Brasileira", expondo suas ideias sobre arte.
Escreveu o pintor: "Chegamos ao ponto de desprezar a nossa poética e belíssima história, cheia de episódios esplêndidos, que se destacam sempre na mais bela das naturezas, que a todo transe queremos tornar agonizante e anêmica, estendendo sobre ela véus londrinos, vapores miasmáticos de charnecas estéreis."
O pavilhão foi dividido em três seções, contendo uma os quadros dos discípulos, outra os quadros de Parreiras e a terceira uma grande tela a que o nosso artista deu o título de "Sertanejas", ponto alto da exposição, um vigoroso trabalho, em tamanho natural, no qual o artista trabalhou por 2 anos, em que a natureza fluminense palpita gloriosa e exuberante, na esmagadora pujança das nossas florestas verdes. Para muitos críticos da época, a tela era considerada sua grande obra-prima.
No meio de uma floresta como só se encontra em nossa vigorosa e selvagem natureza, uma clareira; um tronco secular, de há muito cortado, estendido a um lado e um bando de borboletas azuis voando alegremente por entre os troncos, tal é a bela paisagem valentemente pintada pelo nosso distinto artista.
Nada menos de 36 trabalhos expôs o operoso pintor niteroiense. Além deste quadro de grandes proporções, Parreiras expôs principalmente paisagens de Teresópolis, capturadas no verão anterior; mas também algumas aquarelas, além de desenhos a pena, que mostraram uma nova faceta do seu talento, até então revelada apenas aos seus íntimos.
"Sertanejas", 1896, Antônio Parreiras - Óleo sobre tela - 273cm x 472cm - Museu Nacional de Belas Artes
Entre as obras, se destacaram: "Rio Paquequer", "Barra de Piratininga", "Campo", "Derrubada", "Flores de ipê", "Caminho de meu rancho", "Pedras Brancas", "O rio", "Tronco de ipê", "Nebulosa", "Flagrante delito", "A vaga" (quadros); "Natureza morta", "Canoas", "O garrafão", "Manhã de julho", "A passagem", "Praia do Bem-te-vi", "Mau tempo na serra dos Órgãos", "Ressaca" (estudos); "Evangelho nas selvas" e "Estudo de um tronco" (croquis); cinco manchas e nove desenhos.
Álvaro de Cantanheda expôs 12 telas, Cândido de Souza Campos 8 e Alberto Silva 2 desenhos a pena. Ao todo 59 trabalhos, número bem respeitável, considerando-se o número exíguo dos expositores.
Ainda um jovem artista, com 36 anos, Antônio Parreiras tinha já um nome feito e laureado entre os artistas brasileiros, e os seus trabalhos despertavam sempre muito interesse pelo vigor com que foram executados e pela originalidade dos temas.
Suas obras, obviamente, são sujeitas à crítica e podem não agradar a todos, mas, o que ninguém contestava é que sempre que realizava uma exposição, atraía a atenção de todos que valorizavam a pintura como uma importante manifestação artística. E quase não havia amadores que não possuíam pelo menos um trabalho nascido de seu pincel.
Dando um pontapé na cadeira da Academia onde não podia estar à vontade para criar, procurou a natureza - a Escola Livre - sem regulamentos e portarias, sem invejas ou censuras, cercado apenas de seus discípulos.
Parreiras foi muito atacado porque ousou trabalhar muito, independente e altivo, e com o produto do seu pincel que não descansava, conseguiu se sustentar, dizendo e escrevendo o que pensava sobre aqueles que tinham a pretensão de machucá-lo.
Diversas foram as suas concorridas exposições em Niterói, no Rio e em São Paulo, e após elas o seu atelier ficava vazio, porque os seus quadros eram disputados pelos que conheciam quanto eles valem e quanto merecia seu autor.
A exposição foi visitada também pelo então vice-presidente da República, Manuel Vitorino, que não poupou elogios, principalmente à tela 'Sertanejas'. Na ocasião, o político revelou que iria adquiri-la para compor a galeria do novo Palácio da República, inaugurado a 22 de fevereiro no bairro do Catete, convidando o pintor a escolher, no edifício em reforma, o local que por suas condições de luz mais conviesse para a colocação do quadro.
O quadro acabou sendo colocado no Salão de Espera do Palácio do Catete. O local foi escolhido pelo pintor, por ser o mais bem iluminado e ter uma parede bastante ampla para o seu trabalho, que depois de emoldurado ficou com 5m50 de comprimento por 4 de largura. A moldura foi feita pelos srs. Rezende & Silva, que fizeram um trabalho artístico e perfeito. O salão está sendo pintado ao gosto de Parreiras e foi iluminado por um potente foco elétrico. O quadro foi protegido por um gradil niquelado. Apesar dos esforços de Parreiras, não foi possível a colocação do quadro nos salões do pavimento superior, onde não existia nenhuma parede para aquele quadro, pois a maior que havia não tinha mais de 3 metros.
Três anos depois, a pintura, danificada, foi transferida para a Escola, hoje Museu, Nacional de Belas Artes. No ano seguinte, Parreiras foi convidado a pintar, com o pintor carioca Décio Villares, um outro quadro para a Sala Veneziana do Catete. A obra, em tinta à óleo sobre argamassa, representa uma cena do século XVI, com 12 metros quadrados (4x3).
Antigo símbolo da elite cafeicultora do século XIX, o palácio, projetado pelo arquiteto alemão Gustave Waehneldt para Antônio Clemente Pinto, o Barão de Nova Friburgo, sofreu uma reforma geral depois de ser adquirido, em 1896, pelo Governo Federal para sediar a Presidência da República.
Tela de Parreiras e Décio Villares num dos salões do Palácio do Catete (1897)
A receptividade obtida pela exposição não satisfez Parreiras completamente, que mostrou-se indignado com o que considerou "indiferença pública". Por diversas razões, revelou a amigos mais próximos sua disposição de abandonar o paisagismo, que continuava a ser bastante desprestigiado nos meios artísticos. Pensou mesmo em seguir os conselhos de Victor Meirelles, que desde há algum tempo procurava motivá-lo no caminho da pintura histórica, gênero para o qual acabou se tornando mestre, mas sem, no entanto, abandonar o paisagismo.
Obras
Na tela
Sertanejas, onde a Poesia guiou o pincel, a paisagem tem intensidade tropical - há ali o sol, a escuridão; há silêncio, perfume e transformação; ao lado da vida deslumbrante, jaz uma velha árvore. Da morte surge um rebento que talvez, com a chegada da primavera, imponha-se, cravando as raízes na terra, sobrepondo as ruínas do ancestral.
Os planos do quadro são de uma fidelidade surpreendente: o tom da folhagem, a cor da água, o terreno em vários acidentes: aqui escalvado e nu, ali coberto de flores, mais adiante húmido; as copas, folhas, palmas, mostram, não um artista inexperiente, mas um mestre seguro, conhecedor da policromia silvestre, que entende os efeitos de um toque de pincel neste ou naquele ponto; onde seja necessário o destaque ou sutileza.
O que, no entanto, mais impressiona nesse quadro é a Poesia. Quem sabe aquelas borboletas que animam a tela, as árvores, se é aquela aguazinha que cai, sangrando por entre as raízes; se é o fundo sugestivo, curioso. A verdade é que naquele quadro há o mistério dos bosques - e a gente, ali parado, a contemplá-lo, parece às vezes que vai ver desprender-se do ramo uma folha seca ou que vai ouvir um pio rápido de pássaro fugindo. A atmosfera é indomada como a floresta e, como ela, comove e extasia.
Além do caráter genuinamente brasileiro de
Sertanejas, ela é um atestado de coragem, de estudo, de amor à arte. Além dessa obra, foram apresentadas na exposição outras telas de valor artístico, e alguns bons desenhos a pena.
A Derrubada, n. 5, é bem característica da vida da roça; é um quadro bem brasileiro, o início de uma lavoura, a floresta cortada a machado, os troncos decepados, caídos no solo coberto de lascas e de folhas secas, forrado de cascaria, com o primeiro preparo para limpa, onde em breve plantações mais úteis se desenvolverão com o húmus acumulado durante séculos, para dar ao homem o sustento e a vida. O tema é bem tratado, com algumas apreciáveis minúcias de observação, o céu arroxeado com o crepúsculo baixando piedosamente e triste sobre tantos despojos, numa harmonia quiçá perfeita que o tornam talvez o quadro mais acabado da exposição. Antes da crítica minuciosa do detalhe tem-se a impressão forte do conjunto, e essa predispõe tanto o espírito que no momento da análise não há quem acuse o pintor por ter descurado um remate ou outro nem por ter feito as nuvens demasiado densas - o
ensemble é magnífico e impõe-se.
O Campo, n. 4, é uma tela simpática pela beleza do tema, pela justeza dos planos, pela suavidade da fatura, pela frescura da tonalidade, com boa luz e muito ar. O
Paquequer, n. 2, é um bom estudo de interior de mata, sobretudo na feição bruta da penedia, igualmente bem característico da floresta fluminense, muito limitado em planos, mas ótimo de cor.
Entre as telas de menores proporções, citaremos a de número 6,
Flores de Ipê, quadro de magnífica feitura, cheio de poesia, em destaque uma água que vai levando na correnteza as florinhas d'ouro que os ipês lhe atiram, que é deliciosamente feita, leve, fluente, cristalina. A de n. 13,
A vaga, em que há certo arrojo e umas pinceladas felizes; as de ns. e 10, e o estudo n. 21,
Ressaca, com uma bela curva de cais sobre a arrebentação espumante do mar.
Os desenhos a pena não tem por certo o mesmo caráter intenso e tumultuoso das telas, mas são executados, alguns, com bastante cuidado, sendo mesmo notáveis pela delicadeza e pelo acabamento os de ns. 29 e 30. Um lago e Casa rústica, sendo que o primeiro é cópia de um dos melhores quadros do autor, que lhe foi encomendado pela Sra. D. Veridiana Prado, dona de uma esplêndida fazenda no interior de São Paulo, onde há a deliciosa paisagem que o artista reproduziu.
Artigo no Jornal do Jornal do Commercio, de 9 de novembro de 1896
Dos quadros que compõem a Exposição Parreiras no Pavilhão do Largo da Lapa, destaca-se pelas suas grandes dimensões e pelo vigor com que está pintado o número 1, denominado 'Sertanejas'.
Representa um ponto no interior de uma floresta nossa, um "sous-bois" sombrio, um cerrado de frondosa vegetação, grandes árvores gigantescas, cipós enormes emaranhando-se e entrelaçando-se numa diversidade de redes inextricáveis, pedras cobertas de limo verde, troncos cabidos, um pequeno riacho que se desliza mansamente, por toda a parte vegetação exuberante, tropical, dum verde carregado, verdadeiro mato virgem brasileiro apanhado em flagrante por quem o sabe ver com olhos amorosos e entendedores.
A sensação que se experimenta, tão intensa como se estivesse no seio de uma mata verdadeira, é a do repouso sereno e tranquilo em que a alma se abre afetuosamente na apreciação admirativa e fervorosa das grandes obras do Criador.
Como que se sente o cheiro agreste que se desprende das plantas ali acumuladas, a humidade de que estão impregnados o limo que cobre as pedras, e as folhas verdes dos arbustos; o silêncio é completo, mas não o silêncio surdo e morto dos cárceres sombrios e solitários. Rumorejam esses ecos quase imperceptíveis, compostos de estalidos de folhas secas que se quebram, do zumbido misterioso dos insetos que esvoaçam por entre a folhagem, de todas essas vozes sutis, que fazem como que uma mística música em surdina, acompanhamento apropriado e acariciador dos pensamentos nobres, das belas comoções, dos deliciosos enlevos que esses remansos quietos da natureza despertam no espírito do homem.
Tem-se perfeitamente o sentimento da magnificência grandiosa dessa floresta espessa, mas esse sentimento não é de tristeza acabrunhadora que abate o espírito do homem diante de certas cenas estupendas da Criação; há nele uma certa nota de poesia serena, de delicioso devaneio, introduzida com tanta felicidade pelo enxame de borboletas azuis que atravessam a tela como um formoso bando de ideais. Mais realça esse sentimento a luz suave que se côa docemente através da folhagem e tão harmonicamente difundida, com uma nota mais alegre no fundo, dada por um feixe de vivos raios de sol que penetram por uma clareira na densa folhagem.
Como se vê, é esse um trabalho de muito fôlego, uma paisagem verdadeiramente brasileira, que consolida os créditos de mestre neste gênero de que já gozava o Sr. Antonio Parreiras, afigurasse-nos que deve ter sido essa impressão geral produzida em todos quantos a têm visto, e por nossa parte desejaríamos que fosse ela exposta no estrangeiro porque seria ao mesmo tempo uma bela amostra da nossa natureza e do que já podem fazer artistas nossos.
Alenta-nos a certeza de que esse quadro não passará despercebido em qualquer das grandes exibições artísticas da Europa e que o nome brasileiro ali seria dignamente honrado por ela.
Permita-nos o distinto artista um reparo: achamos desnecessário o arranjo de mise-en-scene com que cercou esse seu trabalho, que dispensaria isso para se impor à admiração de quantos o vêm: tem bastantes qualidades para não precisar disso.
Dos outros trabalhos expostos, será difícil apontar algum em que se não encontre a nota justa da observação fiel e sentida; não há nenhum que não tenha algum elemento de interesse.
O quadro Barra de Piratininga (n. 3), de uma tonalidade muito clara, representa uma praia arenosa, em pleno meio-dia. O sol faísca na areia e faz doer os olhos, dando a mesma sensação forte que a areia natural; o n. 4, Campo, com umas samambaias admiráveis pelo modo leve com que são pintadas, agradou-nos sobremodo, mostrando que o seu autor é tão senhor dos detalhes como dos efeitos gerais; o n. 5, A Derrubada, é vigoroso e justo de desenho e de cor; as Flores do ipê, de um certo sentimento poético que encanta. Não devemos também esquecer o n. 2, Rio Paquequer, acumulação de rochedos pintados com extraordinário vigor.
Podemos ainda citar, na impossibilidade de chamar a atenção para todos, os seguintes trabalhos: Nebulosa, n. 11, belo efeito de neblina; A Vaga, n. 13, bem estudado e de efeito vigoroso; Manhã de julho, lindo estudo de brumas; Ressaca, n. 21, muito lindo; Evangelho nas selvas), n. 22, com muito ar e luz, e que já dá uma ideia do que será o grande quadro para que serviu de estudo; as manchas ns. 25 e 27, muito interessantes.
Dos desenhos, em que se afirma sempre a correção de linhas, gostamos sobremaneira dos de ns. 29 e 30, Um lago e Casa rústica, bem observados e em que a perspectiva é bem guardada, e o n. 32, Marcação, atrevido, mas de efeito agradável.
Outro triunfo do Sr. Antonio Parreiras é a exposição dos trabalhos dos seus três discípulos, que despertam interesse e impressionam agradavelmente, apesar da vizinhança dos quadros do mestre.
Nota-se que ainda estão muito sujeitos à maneira do professor, o que é natural. Não é a imitação servil, porém; sente-se que eles já sabem ver, o que demanda certa educação e não é dado a toda gente, como bem o afirma Ruskin; há desenho nos seus quadros e como que se pode já notar em cada um deles um certo esforço para individualizar-se.
O Dr. Álvaro de Cantanheda, que expôs doze trabalhos, é talvez mais forte em desenho, mais meticuloso no estudo do assunto, de observação mais segura, acusando um espírito grave e refletido.
Gostamos dos seus trabalhos de n. 41 Cemitério da Roça, bem sentido; n. 44, O Rancho do mestre, bem estudado do natural e de efeito pitoresco; Uma rua em São Domingos, n. 39, cheio de luz; e Pedras, n. 47, de muito bom efeito.
O Dr. Cândido de Souza Campos mandou apenas oito quadros. Parece ser um espírito mais alegre e acusa fortes tendências de colorista. Os seus quadros são todos interessantes de assunto. Agradaram-nos especialmente os de n. 51, Roçado, com uns troncos muito bem feitos; n. 52, O bote, de tom muito alegre; n. 53, Árvore Seca, e os ns. 56, Em Teresópolis, bem característico e 57, A tina, com um regador muito bem feito.
Dos desenhos à pena do apreciado poeta Sr. Alberto Silva, há a dizer que revelam disposições incontestáveis, mas que são trabalhos de principiante. É pena que o de n. 58, tão interessante, não tenha céu indicado.
Do que acima fica dito, se vê que a Exposição Parreiras merece ser visitada, uma e repetidas vezes, por quantos apreciam a boa arte.
Para o distinto paisagista constitui ela um padrão de honra; revela, repetimos, perfeitamente a sua grande dedicação ao trabalho, a fé no seu incontestável talento, o amor entusiástico pela sua arte e dá um nobre exemplo de confiança e de perseverança tão valioso quanto é o profundo desânimo que ultimamente se tem notado em quase todos os membros da sua classe.
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