Área: 1,22 km2
População: 7162 habitantes (IBGE 2000)
Localizado na Península da Armação, a Ponta D’Areia, por sua posição geográfica, encontra-se diretamente relacionada às águas da Baía de Guanabara, tendo com o continente apenas as áreas limítrofes com os bairros do Centro e de Santana.
A Península da Armação, desde os primórdios da colonização, contribuiu de maneira relevante para a economia nacional. O local é citado no livro de Jorge Caldeira sobre Irineu Evangelista de Souza, Barão e depois Visconde de Mauá, e foi mencionado também por Barbosa Lima Sobrinho em recente artigo no "Jornal do Brasil": ...nas oficinas da Ponta de Areia.... O futuro Visconde de Mauá dera um grande alento à indústria de construção naval brasileira".
O nome Armação está relacionado à pesca ("armar" os barcos) e ao esquartejamento de baleias, já que a península foi importante porto baleeiro. A vocação industrial veio depois, e com as oficinas de material bélico da Marinha e estaleiros.
Após as obras de urbanização da Vila Real, ordenaram-se os acessos à Armação e Ponta D’Areia, agilizando a ligação com o Centro da cidade.
No século passado, em estaleiro que ali funcionava, construíram-se barcos a vapor, caldeiras e peças fundidas em ferro. Posteriormente, na época de Irineu Evangelista de Sousa, Barão e Visconde de Mauá, a indústria diversificou-se e passou a produzir vários equipamentos, alguns incluídos no Catálogo de Produtos Industriais da Exposição Nacional de 1861 e mais tarde enviados à Exposição Universal, em Londres. Mauá, um empreendedor, chegou a empregar centenas de operários em suas instalações que construiram vários navios, entre eles o "Marquês de Olinda". Com a mudança da política econômica que facilitou a entrada de produtos estrangeiros, veio a falência. Mauá, precursor da industrialização brasileira, é homenageado com nome de rua e do estaleiro sediado na Ponta D’Areia.
Outra empresa que marcou época na economia fluminense, estabelecida também na Ponta D’Areia, foi a Companhia de Comércio e Navegação, de Pereira Carneiro e Cia. Ltda. Possuidora de importante frota de cabotagem e de grandes armazéns gerais, também negociava com sal. Foi desta companhia o dique Lahmeyer, o mais sólido do mundo por ter sido cavado em rocha e que durante muito tempo foi o maior da América do Sul. O dique era usado para manutenção da frota própria e também atendia a outras empresas. O Conde Pereira Carneiro, principal acionista da Companhia de Comércio e Navegação, também construiu a vila que leva o seu nome, existente até hoje. A vila operária foi criada com fins sociais - casas higiênicas(1) com aluguel módico, escola e até uma capela - para os empregados da empresa. Atualmente a "vila" está incorporada ao patrimônio arquitetônico da cidade.
Em 1893 a Ponta da Armação entrou definitivamente para a história nacional quando tropas amotinadas contra o governo do Presidente Floriano Peixoto, comandadas por Custódio de Melo, apoderam-se de toda munição existente no então Laboratório Pirotécnico da Marinha — que lá funcionava. Apesar do revés inicial, tropas fiéis ao Presidente resistiram em vários pontos da cidade até a vitória. Niterói passou a ser denominada "Cidade Invicta" por alguns historiadores.
(1) Casas com instalações sanitárias
Fonte: Niterói-Bairros - Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia de Niterói - 1991
ÍNDICE DOS BAIRROS DE NITERÓI
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