Neste sábado, 28 do corrente mês de janeiro de 1832, a companhia de Ludovina Soares, a Beneficio de Victor Porfírio de Borja, representará o drama intitulado "Guilherme Tell, Libertador da Suíça ou a Queda do Despotismo".
Seguir-se-á a representação da peça "A Inocência Triunfante" em um ato, que dará fim ao espetáculo; os bilhetes se acham à venda na mão do beneficiado e no botequim do Theatro, rua da Imperatriz, n. 30 desta Cidade.
Especialista no manejo da besta, Guilherme Tell foi um herói lendário do início do século XIV, de disputada autenticidade histórica, que se pensa ter vivido no cantão de Uri, na Suíça.
Esta sublime composição, tirada da verdadeira história de Guilherme Tell, que foi obrigado pelo tirano Hermann Gessler, a morrer se não passasse com a flecha a maça posta na cabeça de seu filho, é digna da maior atenção.
No texto se observa, a tirania de um Governador; a hipocrisia de um Beato; a má índole de um Conselheiro; o patriotismo de um Velho; a resignação de um Jovem; e finalmente, a constância de uma virtuosa Esposa, digna de tal nome, e finaliza com o triunfo da razão, da justiça, e da liberdade. Os Suíços lhe são devedores da sua Liberdade, pela qual ele se expôs, e tanto, que chegou a desprezar o grito da Natureza, para se escutar o da Pátria.
A Sociedade compõe-se dos seguintes atores e atrizes: Victor Porfírio de Borja, João Evangelista da Costa, João Clímaco da Gama, Manoel Soares, Joaquim José Agostinho, Joaquim Pimentel, Joaquim José de Souza, Ludovina Soares, Maria Candida de Souza, Theresa Soares, Ricardina Soares (para dançar e representar) e a Jovem Ricardina.
Com informações do Jornal do Commercio do dia 27 de janeiro de 1832, e Correio Mercantil de 16 de fevereiro de 1832.
Pesquisa e edição: Alexandre Porto
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